Para entender melhor, Chiloé é um arquipélago ao sul do Chile, formado por 30 ilhas, sendo a maior, a Ilha de Grande de Chiloé, onde ficam as cidades de Castro e Ancud, os dois principais centros urbanos da região e que servem de base para o turismo na região.
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Da capital Santiago até Castro são apenas 1h50 de voo; de Puerto Montt, a cidade no continente mais próxima, são 1h de carro, mais uma travessia de ferry para chegar a ilha principal.
Clima interiorano num dos vilarejos em Chiloé. Foto: GC/Blog Vambora!
Até mais ou menos 3 anos atrás, o turismo em Chiloé era muito voltado para mochileiros e aventureiros. O local parecia um segredo para poucos. Percebendo a oportunidade de expandir o turismo da região para outros públicos, aconteceu nesses últimos anos grandes investimentos na área hoteleira (com hotéis diferenciados que explico melhor num outro post) e no próprio setor de serviços (com um novo aeroporto em Castro). Pronto: Chiloé já não estava mais tão isolada assim.
Casa típica “chilota”. Foto: GC/Blog Vambora!
Sendo uma ilha, ou melhor, um conjunto de ilhas, o arquipélago entretanto mantém um ar meio misterioso, com você se sentindo realmente num Chile completamente diferente do que já se fala ou viu. Parece que o tempo passa mais devagar por lá do que no continente; há um ar interiorano, rural, com paisagens naturais dividindo atenção com patrimônios culturais antiqüíssimos, que só se encontra por aquelas bandas.
Detalhes das casas de madeira em Chiloé. Foto: GC/Blog Vambora!
Só como exemplo, ao lado de cenas pitorescas de rebanhos de gado e ovelhas, há em Chiloé um grande conjunto de igrejas (feitas de madeira e construídas entre os séculos XVIII e XIX), que foram declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO. De arquitetura única também só se encontra nas ilhas as “casas chilotas”, casas típicas de madeira local (chamada alerce), cheias de detalhes e cores que dão charme único a todas as cidades e vilarejos da região. Dá para passar horas reparando em cada detalhe, comparando cada desenho nessas casinhas que parecem de boneca.
Palafitas em Chiloé. Foto: GC/Blog Vambora!
E se a influência de colonizadores e do povo local huilliche já deixam a paisagem interessante, a natureza também foi generosa com a ilha. Atividades como caiaque, cavalgada, caminhada, pesca esportiva e observação de pássaros (birdwatching) tem no local um cenário perfeito. Aliás, em Chiloé é possível ver pinguins no seu habitat natural e observar aves únicas como o zarapito, que sai do Alasca e sem paradas, faz seu descanso de verão no Chile. E por falar em Alasca, é em Chiloé também que termina a rodovia Pan-americana, que interliga toda a America e só termina na ilha pois, depois dessa, não há praticamente mais trechos de terra contínuos para se construir uma estrada. Parece o fim do mundo, mas não se esqueça, a Patagônia está logo ali para nos lembrar que tem muito mais Chile ao sul
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Conjunto de igrejas na ilha: Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Fotos: GC/Blog Vambora!
A cultura única chilota é vista também na sua culinária, misturando terra e mar em pratos tão excêntricos como a nossa feijoada; no caso o Curanto, um grande cozido de mariscos e carnes, feito sobre pedras quentes e cobertos com camadas de folhas gigantes locais chamadas nalca, tudo embaixo da terra.
Curanto, prato típico local, antes e depois do cozimento. Foto: GC/Blog Vambora!
Definitivamente não é um lugar óbvio. Cheio de coisas diferentes para ver, sentir, experimentar, Chiloé mostrou um outro Chile para ser descoberto, não tão novo assim, mas ainda cheio de novidades para quem procura algo diferente aqui na nossa vizinhança. Nos próximos posts, mais dicas sobre como conhecer as ilhas. Vambora! publicado por jennifer de souza polli
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